ICABÔ: A FALSA PRESENÇA DA GLÓRIA

ICABÔ: A FALSA PRESENÇA DA GLÓRIA

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

  ICABÔ: A FALSA PRESENÇA DA GLÓRIA

Sempre tive certa curiosidade em relação ao significado dos nomes, e em especial, em relação aos nomes bíblicos. Assim, quando descobri o significado do meu nome ? Jeová é Deus, fiquei muito feliz. Obrigado pai! Com certeza o irmão José e a irmã Maria, não os da Bíblia, mas os meus pais, mais conhecido por José Joaquim e Maria Angélica, foram muito felizes na escolha do nome.

Os pais deveriam prestar mais atenção na hora de dar nome a seus filhos. Há, por exemplo, um nome bíblico feminino, muito usado, inclusive por cristãos ? não o citarei por ética, mas quem estuda a Bíblia vai saber de quem estou falando. O nome é até bonito, mas a história da personagem é horrível, e o significado do nome (traidora) muito pior. Por que pais ainda usam este nome?

Pois bem. Passando pela leitura do I Livro de Samuel, um nome, pouco comum, me chamou a atenção: Icabod (I Sm. 4:21). Procurei logo conhecer o significado deste nome, principalmente ao tomar conhecimento do contexto daquela triste história. Percebi, então, que o nome na verdade é uma pergunta: onde está a glória?

Vamos ao contexto. No início do capítulo 4, Israel está em guerra contra os quase eternos inimigos filisteus. À frente do exército estão os dois filhos de Eli: Ofni e Finéias, os criminosos do capítulo 2, versículos 12 a 17.

Diz o texto bíblico que estes rapazes tomavam para si aquilo que não lhes pertencia. Ou seja, comiam o melhor do sacrifício. Concluímos, assim, que os filhos de Eli tomavam para si o que deveria ser oferecido a Deus. E o resultado destes crimes foi desastroso para suas vidas e para todo o Israel, como veremos a seguir.

Depois de tomar uma primeira surra dos filisteus, os israelitas resolveram usar uma estratégia muito usada ainda hoje em muitas igrejas - vou chamá-la de tentativa de migração da glória de Deus - mandaram trazer de Silo a arca do concerto do Senhor.

O grande engano do exército de Israel (I Sm. 4:4) se repete em nossos dias. Ao trazer a arca do Concerto para o arraial estavam certos de que o Senhor viria com a arca. Mas, o Senhor não estava na arca! O homem vê a aparência, mas o Senhor vê tudo, principalmente aquilo que o olho humano não pode ver.

O barulho foi muito grande. A alegria era autêntica. Júbilo pela presença da arca que, pensavam eles, trazia, forçosamente, a glória de Deus. Olhares fixos no espaço vazio que separa os rostos dos dois querubins, creio eu, que alguns soldados chegavam mesmo a enxergar a presença da glória ali. Gritaram tanto que até a terra estremeceu, apavorando o arraial inimigo. Parecia que tudo estava indo muito bem. Mas havia um problema: naquela empolgação toda, ninguém se lembrou de fazer a pergunta que, obrigatoriamente, deveria ser respondida, antes de partirem para a guerra: onde está a glória?

Em I Coríntios 3:16 Paulo afirma que nós somos templos de Deus, que habita em nós. E este é o primeiro passo para se responder à pergunta acima. Ora, se somos templos, feitos pelas mãos de Deus e não de homens, a glória de Deus deve estar em nós. Se ela não está, procuremos descobrir porque ela saiu de nossas vidas e atraí-la de volta o mais rápido possível. O que não pode acontecer é buscarmos, através de artifícios humanos, transferir nossa responsabilidade de templos de Deus para objetos inanimados, ou mesmo para outras pessoas. Isso é idolatria!

Se perguntassem onde está a glória, aqueles soldados descobririam através da simples análise da situação, que a glória de Deus não estava na vida de seus líderes. Quando o líder se sente vazio ? sem a glória ? procura logo trazer e apresentar ao povo, objetos que lembrem a glória de Deus. Foi assim com Israel, não só no triste episodio que estamos estudando, mas também em relação à serpente de metal que o Senhor ordenou que Moisés construísse, quando o povo estava sendo destruído pelas serpentes venenosas. Muitas gerações depois, o rei Josias encontrou o povo adorando esta serpente a que chamavam de Neustã. Este erro, também, se repete em nossos dias. O abençoado deixa de adorar o abençoador e passa a adorar a benção. Estes objetos, por mais sagrados que seja, ou pareçam ser, não trazem em si a presença da glória de Deus (At.7:48, 17:24). O que estes líderes procuram é, ás vezes inconscientemente, criar um clima de falsa presença da glória. As pessoas gritam, jubilam, se emocionam ao extremo, a terra treme. Mas, quando partem para a batalha, o estrago é grande. Pois, a glória de Deus que parecia estar tão perto, não está com eles.

Não podemos nos enganar, o campo é real, a batalha é real, o inimigo é real. Então, a presença da glória de Deus em nossas vidas, e não em objetos ou outras pessoas, deve também ser real.

Através de uma única palavra, um nome: Icabod, a esposa de Finéias, ao morrer, conta a triste história da batalha, onde Israel perdeu mais de trinta mil homens, porque ?pensavam? que a glória de Deus estava lá. Não faça parte desta história. Você é o templo! É em você que a glória deve estar.

Pr. Elias Soares

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