Coragem para ser diferente - 1ª parte

Coragem para ser diferente - 1ª parte

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Coragem para ser diferente - 1ª parte

Para tudo na vida é preciso ter coragem. Aprendemos desde pequenos a enfrentar o medo, as situações desconhecidas, as barreiras, e a superar as nossas limitações. Quando crianças, enfrentamos o medo de escuro, de tomar injeções, de andar sozinho. Depois, criamos coragem para ir aos parques de diversões ou piscinas. Na escola, enfrentamos a realidade de ficar sozinhos, longe dos pais por algumas horas diárias. Quando jovens, enfrentamos a puberdade com todas as alterações bruscas provocadas em nosso corpo. A vida é uma sucessão de experiências, onde aprendemos coisas novas, fazendo escolhas.

Para ser cristão também é preciso ter coragem, muita coragem. Em nosso mundo ocidental, dificilmente entendemos o que venha a ser isso, mas, no mundo islâmico, hindu ou comunista, a coragem é primordial para alguém converter-se a Cristo. Pessoas convertidas perdem empregos, sofrem perseguições, são expulsas da escola e podem chegar a ser presas. Seus bens podem ser confiscados, podem sofrer torturas físicas ou psicológicas, e até morrer! A Missão Portas Abertas possui muitas informações sobre a chamada "Igreja Sofredora?. Faríamos muito bem em conhecê-las e orar pelos cristãos que sofrem. Porém, no mundo ocidental também é preciso coragem para ser cristão. Seja aqui (EUA), no Brasil, Europa ou qualquer outro lugar. Para ser um cristão verdadeiro, autêntico, é preciso ter coragem. Vejamos em que aspectos precisamos tê-la:

Jesus caminhava para outra aldeia samaritana. Os samaritanos eram judeus mestiços e não tinham amizade com os judeus puros, pois estes os consideravam inferiores. Eram mestiços porque misturaram-se com os gentios (não judeus) na época do exílio (587 a.C.). Jesus estava indo para Jerusalém e deveria passar por uma aldeia samaritana. Os discípulos foram à frente para proverem pousada, mas não foram bem recebidos. Tiago e João ficaram deveras irados, como eu e você também ficaríamos. Pediram a Jesus para fazer descer fogo do céu, como Elias fizera no passado. Creio que nós não chegaríamos a tanto, não é mesmo? Jesus, todavia, os repreendeu duramente, pois este não era o espírito de Sua mensagem. Rumaram então para outra aldeia. No caminho, ocorreram três diálogos, que nos apontam para a coragem exigida por Jesus da parte dos seus seguidores.

I - CORAGEM PARA SER PEREGRINO (LC 9.57-58)

O primeiro diálogo é entre Jesus e um provável jovem. Sim, pois os jovens são imbuídos deste espírito romântico e aventureiro. Palavras poéticas, dignas de serem ditas com um fundo musical especial: "Mestre, seguir-te-ei para onde quer que fores!"Poderíamos imaginá-lo seguindo a Jesus pelas campinas, vales, montanhas, praias cidades, campos, etc. Esse tipo de palavra é muito bonito, mas nem sempre corresponde à verdade. Muitos jovens dizem isto às pessoas que pensam amar, mas acabam não se casando com elas. Jesus bem sabia o que era a fraqueza humana e, ao invés de elogiá-lo por tal expressão, trouxe-o à realidade fria do alto custo por seguí-Lo:

"As raposas têm seus covis..."- Jesus poderia estar se referindo ao poder político nas mãos de Herodes, um idumeu esperto que se valia do prestígio de Roma para dominar os judeus. Os amigos de Herodes, como por exemplo, os sacerdotes, os saduceus, obtinham favores e vantagens diversas. Certa feita, num desabafo, Jesus chamou Herodes de "velha raposa?! "...As aves têm seus ninhos"- Pássaros constroem ninhos longe da cobiça de outros animais, em lugares seguros e altos. (enquanto transcrevo estas lições escritas no ano passado, contemplo um ninho que os pássaros fizeram no pé de louro, aqui no jardim de casa, bem no alto!). Roma tinha a águia como símbolo de sua força, que alçava vôos altíssimos e construía ninhos nas altas rochas. Quem era à favor de Roma contava com segurança e proteção. Pilatos a representava entre os judeus, e Jesus poderia estar se referindo a este poder político, poder que perverte as pessoas, no afã de receberem proteção e poder.

"...Mas o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça." Jesus não possuía palácios, nem exércitos, nem prestígio ou poderio humano. Ele não poderia pagar a esse moço nenhum salário, nenhuma beneficie. Os discípulos esperavam que Jesus fosse um rei terreno, que dominasse o mundo através da força, mas Jesus mostrava um poder diferente, um Reino que não era deste mundo. Jesus não tinha um palácio do governo, não tinha prestígio internacional e, provavelmente, não daria cargos aos seus seguidores. A questão colocada era se, subtraídos estes interesses, o moço ainda desejaria seguir a Jesus Cristo. Será?

Quantas pessoas procuram a Jesus Cristo para obter favores, vantagens, poder político, cura de enfermidades, ou, como outros, poder para realizar milagres. Querem Jesus para obterem coisas através dEle. Para estes, Jesus mostra a dura realidade: seguí-Lo é carregar a cruz, é renunciar ao mundo, é ser, muitas vezes, vítima da indiferença dos amigos e familiares. Devemos seguir a Jesus conscientes disto. O nosso lugar não é aqui. Nosso lugar é o Céu. A nossa pátria definitiva é lá. A nossa riqueza deve ser armazenada lá.

Arlindo Barreto é pastor, teólogo, presidente do Ministério dos Artistas de Cristo, missionário, doutor Honoris Causis em Ciências da Religião e ator. Na década de oitenta, foi conhecido por interpretar o palhaço Bozo. Atualmente, tem um novo personagem, o Mr. CLOWN - o Embaixador do Reino de Deus.

Contatos: www.arlindobarreto.com.br

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