Em ato do candidato a presidência Aécio Neves tem coro de 'adeus PT'

Atmosfera antipetista, ofensas à presidente Dilma Rousseff e desejo de "mudança" marcaram evento tucano em São Paulo

Fonte: Terra.comAtualizado: quinta-feira, 23 de outubro de 2014 às 10:31
Militantes do PSDB entoaram o canto adeus, PT... adeus PT
Militantes do PSDB entoaram o canto adeus, PT... adeus PT

Os gritos de “fora PT” dominaram uma manifestação de apoio ao candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, realizada na noite desta quarta-feira em São Paulo. Intitulado “Vem pra Rua” – uma referência aos protestos de junho de 2013 –,  o ato foi organizado por meio das redes sociais e levou cerca de 10 mil pessoas ao Largo da Batata, na zona oeste da cidade, de acordo com números atualizados da Polícia Militar.

De cima de um carro de som, discursaram desde lideranças tucanas como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador eleito José Serra até celebridades como o ex-jogador de futebol Ronaldo.

Embora a atmosfera antipetista já tivesse dominado os eleitores, coube a José Serra puxar um novo hino: “Adeus, PT... adeus PT”, entoou, sendo apoiado pelo público. “Nesses últimos 12 anos, as instituições democráticas foram arrasadas”, continuou Serra, referindo-se aos governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da atual presidente Dilma Rousseff (PT), candidata à reeleição.

Em um dos discursos mais aguardados, FHC disse que o brasileiro “não aguenta mais corrupção”. “Temos que levar Aécio Neves à Presidência para que ele coloque o Brasil no caminho do crescimento econômico com distribuição de renda, com manutenção das políticas sociais que nós implantamos”, afirmou o ex-presidente.

Já Ronaldo aderiu ao lugar comum dos eleitores e disse que o povo “quer mudança”. É o que desejam, por exemplo, tanto a dona de casa Regina Raia, 67 anos, quanto a estudante de jornalismo Camila Gouvea, 20 anos. "Eu quero mudança. Chega de corrupção, chega de roubalheira. Chega de PT há 12 anos no poder", disse Regina. E o que a senhora acha das propostas do Aécio? "Acho que ele vai mudar o Brasil. É uma esperança para todos nós", respondeu.

"A gente quer uma mudança. A Dilma está há muito tempo no poder", afirmou Camila, esquecendo que a presidente está em seu primeiro mandato. "Precisamos de mais igualdade, mais oportunidades para quem precisa", continuou a estudante.

O mesmo pensa o coordenador de um bloco de Carnaval de São Miguel Paulista, na zona leste de São Paulo, que levou integrantes da bateria para animar o evento. "Fora Dilma, chega de Dilma, está tudo zuado. Eu acredito em uma mudança. Não que o Aécio seja o melhor, mas vamos tentar", disse.

"Chefe de quadrilha"
Uma das declarações mais pesadas, contudo, ficou a cargo do deputado federal Paulinho da Força (Solidariedade), que atacou Dilma e disse que a presidente deve ir "para a Papuda", em referência ao complexo penitenciário. "A chefe da quadrilha vai acabar na cadeia. Foi ela que mandou comprar a usina de Pasadena", afirmou. Foi a deixa, então, para que outros hinos antipetistas fossem puxados pelo público: "1, 2, 3, é Dilma no xadrez", e "ei, Dilma, vai tomar no c..." - que causou polêmica na abertura da Copa do Mundo.

Além da palavra "mudança" e dos gritos antipetistas a favor do "cidadão de bem", não faltaram referências a Cuba e ao comunismo, como também não faltou o hino nacional cantado em coro - e camisetas do Brasil. Para políticos e eleitores tucanos, o PT representa um risco à democracia do País.

"Esta é uma manifestação de grande parte do povo brasileiro que quer mudança. A questão mais importante é a forma como o governo de Brasília trata o Estado e o povo. É uma ameaça à democracia do Brasil", afirmou Eduardo Jorge, que concorreu à Presidência pelo PV e agora apoia Aécio.

"A democracia está sendo ameaçada pelo unipartidarismo que o PT representa. Parece um ninho de cupim, comendo tudo, corroendo tudo. E o Aécio representa esse anseio de mudança", disse à reportagem o vereador Gilberto Natalini (PV), que foi candidato a governador de São Paulo nesta eleição.

Para o analista de investimentos Marcello Gunther, o risco à democracia é real. "É só estudar o que pregava Lenin e a União Soviética. É uma estratégia clara de tomar o Estado, comprando votos, inchando o Estado", disse. Segundo ele, votar no PSDB é votar a favor do empreendedor. "O ambiente para o empreendedorismo, que é uma necessidade humana, para que a pessoa vença na vida pelo mérito, é mais propício com o PSDB no poder", afirmou Gunther.

Com o encerramento dos discursos, os eleitores seguiram em passeata pela avenida Brigadeiro Faria Lima, sentido avenida Rebouças. Ao contrário do que aconteceu em todos os protestos organizados recentemente por movimentos sociais, a Polícia Militar não exigiu que os organizadores do ato informassem previamente o trajeto. "Não sei até onde vão", disse o capitão Evangelista, da PM, responsável pela segurança do ato.

 





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