Menos de 2% dos usuários do Facebook utilizaram arco-íris nas fotos de perfil

O sentimento de "todo mundo trocou a foto" se explica na forma como funcionam os algoritmos criados por Mark Zuckerberg e sua equipe.

Fonte: Guiame, com informações de Zero HoraAtualizado: terça-feira, 30 de junho de 2015 às 20:23
Foto coberta com as cores do arco-íris, criada pelo Facebook em comemoração ao Orgulho Gay.
Foto coberta com as cores do arco-íris, criada pelo Facebook em comemoração ao Orgulho Gay.

 

No último final de semana, muitos usuários do Facebook se depararam com fotos de amigos que ficaram multicoloridas de uma hora para a outra. O filtro arco-íris foi introduzido pela própria rede social para marcar o Dia Internacional do Orgulho gay e, em especial, a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos em oficializar o casamento gay no país.

Pode ser surpreendente, mas o que pareceu ser uma "enxurrada" de fotos é resultado da atividade de menos de 2% dos usuários ativos do Facebook.

De acordo com dados divulgados pela rede social, 26 milhões de usuários usaram o aplicativo que modificava automaticamente a foto de seus perfis, número que representa 1,8% das 1,4 bilhão de pessoas que entram pelo menos uma vez por mês no site – não foram divulgados os números específicos do Brasil.

Mas como se explica o sentimento de "todo mundo trocou a foto"? Parte dessa resposta está na forma como funcionam os algoritmos criados por Mark Zuckerberg e sua equipe.

"O que responde a essa dúvida é a política de entrega de dados do Facebook. Ela usa uma escala que evidencia na sua timeline o que é mais próximo de você, e o algoritmo consegue ver o comportamento das pessoas de maneira muito precisa. Em resumo, enxergamos o mundo mais ou menos colorido dependendo do que as pessoas mais próximas da gente falam", explica Fábio Goveia, coordenador do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Outro fator que ajuda a explicar a sensação de onipresença das fotos com arco-íris para algumas pessoas é a escala de relevância que certas atividades têm dentro do Facebook: mudar a foto do perfil é uma das ações mais relevantes que um usuário pode praticar na rede social, explica Raquel Recuero, pesquisadora e professora da Universidade Católica de Pelotas.

Ação proposital?

No domingo, um estudioso do Instituto de Tecnologia de Massachusetts brincou, em seu Facebook, que aquilo era "provavelmente um experimento" de Zuckerberg. No ano passado, a rede social foi alvo de muitas críticas quando admitiu ter manipulado a linha do tempo de alguns usuários para rastrear como publicações mais felizes ou mais tristes faziam com que outros usuários que as lessem ficassem mais felizes ou mais tristes.

William Nevius, um porta-voz do Facebook, disse à revista The Atlantic que dessa vez isso não aconteceu. "Todo mundo está vendo a mesma coisa", garantiu Nevius.

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