Após suspeita de agressão, laudo confirma que filho adotivo de casal gay morreu de causas naturais

Segundo denúncia anônima, entregue à Polícia Civil, Peterson Ricardo teria sofrido agressão na escola, por ser filho de um casal homossexual. Porém o laudo médico não apontou qualquer sinal de violência no adolescente.

Fonte: Guiame, com informações do EstadãoAtualizado: segunda-feira, 30 de março de 2015 às 12:43

O falecimento do estudante Peterson Ricardo Teixeira de Oliveira no dia 09 de março gerou comoção e até mesmo divergências nos relatos entregues à Polícia Civil sobre as causas de sua morte.

Filho adotivo de um casal homossexual, o adolescente teria sido vítima de agressão em uma escola, na cidade de Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo), segundo uma denúncia anônima. Porém o laudo do exame necroscópico indica que Peterson morreu de causas naturais.

O garoto passou mal na escola onde estudava, quase quatro horas depois de se envolver em uma discussão com outros estudantes, no dia 05 de março. Após o mal súbito, Peterson deu entrada no Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, com um quadro de parada cardiorrespiratória e passou quatro dias internado no local.

Após receber a denúncia anônima, os policiais foram ao hospital e não constataram que qualquer lesão corporal causada por agressão ou na calota craniana - o que poderia ter levado ao mal súbito que sentiu. A informação foi confirmada pelo médico legista no laudo, segundo o qual o corpo "não demonstra sinais de violência externa".

O laudo concluiu que Peterson tinha uma doença chamada "cardiomiopatia hipertrófica" - o que leva o miocárdio a crescer mais que o normal, podendo provocar arritmias e paradas cardiorrespiratórias.

"Concluímos que o periciado era portador de cardiomiopatia hipertrófica que ocasionou o quadro de tromboembolismo pulmonar que o levou a óbito, portanto, morte natural", diz o laudo.

Contextualização
O termo "homofobia" tem gerado discussões nos mais diversos setores - social, político, religioso - nos últimos anos. De um lado, o movimento LGBT afirma que o discurso de ódio contra os homossexuais tem crescido consideravelmente. Porém de outro, defensores da família tradicional destacam as distorções no discurso da militância gay e defendem o seu direito de expressão.

No início de outubro do ano passado (2014), um vídeo publicado por um travesti deu novos rumos a esta discussão. Usando o nome de Talita de Oliveira, o homossexual afirmou que o movimento LGBT tem avaliado de forma distorcida os casos de violência que teriam "causas homofóbicas".

"Na constituição brasileira, o artigo 5º diz que todos nós somos iguais, sem distinção de raça, cor, credo ou tudo aquilo. É só a lei e as autoridades fazerem com que este artigo funcione. [...] A criminalidade está solta para todos nós. Não é só para LGBT [...] Obviamente, quando as estatísticas de assassinato aumentam, os gays não ficam imunes. Morrem também. Estão morrendo héteros, crianças, gays, mulher", disse.

No caso de Peterson, o laudo confirmou o adolescente não chegou a sofrer agressão física, apesar da denúncia anônima entregue à Polícia Civil.

Clique no vídeo abaixo e confira novamente a declaração de Talita de Oliveira:

 

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