Após agressão sofrida por idosa cristã, presidente do Egito promete justiça

Muçulmanos atacaram as casas de famílias cristãs em uma vila, na província de Minya (Egito), além de despirem e espancarem uma idosa. O presidente al-Sisi disse nenhum criminoso irá "escapar da justiça".

Fonte: Guiame, com informações do Christian TodayAtualizado: sábado, 28 de maio de 2016 às 13:26
O presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi condenou os ataques e afirmou que os criminosos serão punidos pela justiça. (Foto: Reuters)
O presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi condenou os ataques e afirmou que os criminosos serão punidos pela justiça. (Foto: Reuters)

O Presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi afirmou que a justiça será feita, depois que lares de cristãos foram incendiados e uma idosa cristã foi despida e espancada nas ruas de uma aldeia egípcia.

Muçulmanos atacaram as casas de famílias cristãs em uma vila, na província de Minya, na sexta-feira da semana passada (20 de maio), depois de rumores de que um homem cristão estava tendo um caso com uma mulher muçulmana.

O presidente al-Sisi disse que nenhum criminoso irá "escapar da justiça" e classificou os ataques como um fato "lamentável".

O líder da igreja copta, Tawadros pediu cautela.

Cerca de 300 pessoas armadas atacaram sete casas pertencentes a cristãos, na aldeia de Al-Karm, na província de Minya, sul do Cairo, segundo informou a diocese de Minya e Abu Qiras em um comunicado

"Os vândalos também despiram uma idosa cristã na frente de uma enorme multidão na rua", informou a diocese. Esta mulher era a mãe do homem que estava sendo acusado de manter um caso com uma muçulmana. De acordo com o 'Daily News Egypt', a senhora tinha 70 anos e foi arrastada para a estrada e espancada.

"Os pais dele já haviam apresentado uma queixa na delegacia de Abu Qiras sobre o recebimento de ameaças em 19 de maio e disseram que esperavam que mais ameaças viessem no dia seguinte", continuou o relato.

O Presidente al-Sisi deu ordens ao Govenor de Minya para trabalhar junto às forças armadas e restaurar a propriedade danificada dentro de um mês, com o dinheiro do Estado.

O Governador, Tarek Nasser inicialmente minimizou os acontecimentos. De acordo com a AP, ele negou que uma mulher idosa tivesse sido despida.

"Alguns jovens iconsequentes lançaram mísseis inflamáveis ​​contra as casas de cristãos na aldeia e algumas mulheres fugiram ainda usando suas camisolas", disse ele em um comunicado para a mídia.

Representantes coptas disseram que as autoridades prometeram "perseguir os criminosos e levá-los à justiça", de acordo com a BBC.

O Papa Tawadros - chefe da Igreja Copta Ortodoxa pediu que os coptas mostrassem "auto-contenção" e disse que estava seguindo de perto a questão com as autoridades políticas.

O Bispo Geral da Igreja Ortodoxa Copta, Angaelos disse: "É realmente vergonhoso que tais crimes continuem a ser perpetrados contra comunidades inocentes, independente de sua fé ou etnia e, especialmente, como resultado de rumores caluniosos e não fundamentados. [É vergonhoso] que uma mãe idosa poderia ser tão publicamente e indecentemente humilhado".

"O que também é inaceitável é o desinteresse absoluto - na melhor das hipóteses - e / ou negligência e até mesmo cumplicidade criminal - na pior das hipóteses - com a qual os serviços de segurança locais têm se comportado. A negação por parte do Governador de Minya, de que esses crimes ocorreram no Egito está em um estágio formativo. As providências tomadas a nível nacional são severamente prejudicadas e minadas por essas falhas recorrentes no nível local", alertou.

Instituição religiosa mais importante do islamismo sunita, a Universidade de Al-Azhar também denunciou os ataques e anunciou que os membros de sua iniciativa inter-religiosa iriam visitar a área atacada.

Os cristãos, na maioria coptas ortodoxos, representam cerca de 10% da população do Egito, que é predominantemente muçulmana sunita.

A violência sectária, por vezes, entra em erupção devido a disputas sobre questões relacionadas com a construção da igrejas, conversões religiosas e as relações inter-religiosas.

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