"Vim para confrontar a cultura de idolatria gospel nas igrejas", diz Rodolfo Abrantes

O cantor relembrou o episódio em que falou sobre idolatria gospel na igreja Lagoinha e afirma que não estava lá para confrontar a denominação.

Fonte: GuiameAtualizado: segunda-feira, 26 de junho de 2017 às 16:59
Rodolfo Abrantes contou que em 2011 estava bastante incomodado com a idolatria gospel nas igrejas. (Foto: Reprodução).
Rodolfo Abrantes contou que em 2011 estava bastante incomodado com a idolatria gospel nas igrejas. (Foto: Reprodução).

O cantor Rodolfo Abrantes é um testemunho vivo de alguém que experimentou a fama e o sucesso. Quando vocalista da banda Raimundos, ele teve a oportunidade de receber aplausos de milhões de fãs. Agora, o cantor luta contra a chamada “idolatria gospel” e faz um alerta para que a Igreja não adore a homens, mas somente a Deus.

Em entrevista ao canal Dois Dedos de Teologia, o cantor ressaltou que sua mente tem mudado com o tempo. “Eu creio que se a gente conhece a luz verdadeira, qualquer luz artificial perde a graça. É inevitável que quando o tempo vai passando a gente vá percebendo coisas diferentes. Eu percebo como meu ponto de vista tem mudado a respeito de certas questões. Não radicalmente a ponto de pensar outra coisas, mas pensar amplamente nesses contextos”, disse ele.

“Tenho entendido pela minha própria experiência que cada caso é um caso. Não é porque eu fui um cara que aceitei Jesus e larguei tudo, que todo artista que aceitar Jesus tem que largar tudo. É um pensamento religioso que coloca uma receita na obra de Deus e eu tenho começado a perceber algumas coisas”, afirmou.

“A igreja não tem problema algum em ter membros cristãos, como um cara que é advogado e continua sendo um advogado. Ele não tem que largar a advocacia dele para entrar para a igreja e ficar advogando em causas da igreja. A mesma coisa acontece com professores. O cara não tem que largar a profissão dele porque ele aceitou Jesus”, alertou.

“A gente pode enumerar tudo isso, jogadores de futebol, enfim. Quando se trata de artista, a igreja não pensa de outra forma. O cara é artista, ele aceitou Jesus? Ele tem que largar a arte dele para ele ir para a igreja. E isso é tão perigoso. Eu creio que quando Deus amou o mundo de tal maneira, ele quer a redenção das esferas da sociedade”, pontuou.

“Eu creio que a melhor coisa que a gente pode ter são políticos que são filhos de Deus legislando em favor do povo, não em favor dos crentes. E essas pessoas têm que aprender a legislar em favor de todos como se fosse o próprio Deus legislando. A melhor coisas que pode ter é um professor cheio do Espírito Santo entrando na sala de aula, ensinando não apenas matérias, mas mentalidade, pois é isso que os professores fazem. Ele tem crianças e quando eles têm crianças nas mãos, você tem o futuro nas mãos”, ressaltou o cantor.

Cultura da Idolatria Gospel

Rodolfo relembra o episódio em que estava na Igreja Batista da Lagoinha em 2012 e falou sobre a idolatria gospel dentro das igrejas. Ele explica que as pessoas podem ter tido uma interpretação errada sobre o vídeo. “Em 2011 o comportamento de fãs era de idolatria dentro das igrejas, e isso estava me incomodando muito. Deus me mostrou a autoridade que estava sobre mim por Ele ter me tirado de onde ele me tirou. Ele me disse: ‘Você tem essa mensagem, entregue essa mensagem’”, compartilhou.

“Em 2012, desde a primeira ministração do ano, todos os lugares que eu fui, falei da mesma coisa. Eu falava daquilo e pregava uma mensagem em todos os lugares. Quando eu fui na Lagoinha, era um congresso chamado ‘Faça Guerra’. Eu fui ministrar depois da palavra do pastor, eu era o encerramento. No voo da ida Deus me falou o que eu ia fazer: ‘A partir daqui isso vai se espalhar para o Brasil inteiro’.

“Eu creio que Deus me usou de forma profética. Eu não escolhi essa mensagem. Eu tenho discernimento que isso atingiu a reputação da igreja, muita gente me viu como rebelde, como alguém que não respeita. Não fui lá para afrontar, eu fui lá e junto com a Lagoinha clamei sobre isso. Os pastores estavam orando a respeito disso. Quando eu falo no vídeo que ‘eu vim aqui para fazer guerra’, eu estava no contexto do congresso, que se chamava ‘Faça Guerra’. Não vim aqui para guerrear contra a Lagoinha, eu vim aqui para junto com a Lagoinha confrontar essa cultura que está assolando a Igreja”, comentou.


Em 2012, Rodolfo foi convidado para encerrar o congresso "Faça Guerra", na Igreja Batista da Lagoinha. (Foto: Reprodução)

Doutrinação Escolar

“É muito sério, a gente está vendo o estrago que o marxismo cultural tem provocado na nossa nação por conta de um partidarismo dentro das escolas, doutrinando a mente das crianças, uma mentalidade totalmente comunista. A gente sabe o estrago que isso provoca”, disse.

“Eu creio que nada transforma mais a cultura do que as artes, do que a música, do que os livros, do que a literatura, o cinema. Como que os Estados Unidos espalhou sua cultura pelo mundo? Por meio de música, filmes, de uma cultura de entretenimento”, colocou.

“Quando a gente usa a palavra entretenimento, parece que a gente fala de alguma coisa ruim, mas ela não é. Todo mundo tem uma forma de entretenimento para relaxar. Às vezes você senta e gosta de ver um futebol. Se o teu escape for uma coisa sadia que tenha princípios do Reino, algo que fale do que edifica, nesse teu momento você está se edificando”, disse.

“O que acontece com o artista. Ele aceitou Jesus e a igreja diz que a arte que ele faz lá fora é do diabo. A arte de dentro é boa e a arte de fora é do diabo e eu já vi arte de dentro que é do diabo. Esse cara que tinha a profissão dele como músico. Se ele vem para a igreja, ele não pode exercer sua profissão. Ele tem que escolher. A gente perde uma atuação cultural importante”, pontuou.

“Eu creio que a igreja vai aprender a enviar seus artistas para o lado de fora e entender que o músico que está do lado de dentro é um adorador e não está fazendo um show. E o cara que é do lado de fora está na indústria do entretenimento, mas falando de princípios, preparando uma cultura onde a mensagem do Reino vai encontrar um lugar para pousar”, disse.

“A gente faz uma separação tão grande entre o sagrado e o secular, que eu creio que quando Jesus entra na vida de alguém, esse cara não tem mais nada de secular. Se ele é um músico, ele vai ser um músico para a glória de Deus. Se o centro for Jesus, se tudo ali for voltado para Ele, se todas as canções falarem Dele. Quando eu vou para um culto eu não quero ser distraído pelas performances. Eu quero fechar meu olho e espero que quem esteja ministrando esteja tão conectado com Deus que me leve de elevador para a presença Dele. Se a gente se isola, o mundo entende que Deus os odeia, porque nós os odiamos”.

Confira o vídeo na íntegra:

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