Projeto de autoria do vereador Jorge Ferreira (PMN) pode causar polêmica na cidade de Uberaba (MG). A intenção é construir mais um cemitério no município, mas sem delimitar religião. De acordo com o vereador, os dois cemitérios já existentes na cidade, o São João Batista e Medalha Milagrosa, além de estarem com o número de túmulos já elevado, tem o nome de santos, o que seria uma discriminação a outras religiões, como os evangélicos.
Entretanto, afirma o vereador que a intenção é construir um cemitério sem diferenças religiosas, visto que outras religiões, como os evangélicos, não comungam as imagens de santos. Não sei se será um projeto ou requerimento, mas a intenção, a obrigação do vereador é orientar o Executivo sobre as necessidades da cidade e a construção de um novo cemitério já está se tornando uma realidade; o São João Batista já está lotado, o novo cemitério, então, teria um nome que não distinguisse religião, afirma Jorge Ferreira.
Por outro lado, o vereador Samuel Pereira, representante da religião evangélica no Legislativo, afirmou ser contra este projeto do vereador Jorge. Segundo Samuel, a criação do cemitério pode ser um ato de discriminação.
"Quando Jorge me procurou disse que a intenção era criar um espaço reservado no cemitério para os evangélicos e que não se tratava da criação de um novo local. Partindo do pressuposto de que os evangélicos se sentiam reprimidos durante o velório, ao lado de um velório com católicos. Mas não é bem assim. Procurei alguns pastores para opinarem sobre a situação e todos acham que não é certo. O vereador Jorge deveria, antes de manter a ideia, ouvir o segmento evangélico", comenta Samuel.
Além disso, vale lembrar que o Legislativo não pode criar projetos de lei que envolvam recursos financeiros, a ideia deve partir do Poder Executivo. Antes mesmo de ser votado, o projeto para a construção de um cemitério será considerado inconstitucional por vício de iniciativa. Provavelmente, se a ação for adiante, irei debater junto aos vereadores o projeto, afirmando mais uma vez que sou contra a implantação que, ao contrário, é um ato de discriminação, ressalta Samuel.
Postado por Adriana Amorim
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