"Gladiadores do Altar" simulam formação militar durante culto e Jean Wyllys critica

Segundo o deputado, os jovens, que estavam posicionados diante do altar simplesmente reafirmando o compromisso deles com Deus, podem ser os próximos a executarem ‘infiéis’, como faz o Estado Islâmico.

Fonte: Guiame, com informações de G1Atualizado: terça-feira, 3 de março de 2015 às 18:57
Gladiadores do Altar: projeto com jovens da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). (Facebook/ Gladiadores do Altar Bahia)
Gladiadores do Altar: projeto com jovens da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). (Facebook/ Gladiadores do Altar Bahia)

 

Um vídeo que mostram jovens marchando diante do altar da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) gerou discussões nas redes sociais. Os rapazes, que fazem parte do projeto "Gladiadores do Altar", simulam a formação militar para apresentar compromisso e disciplina a igreja.

Nas imagens, publicadas pela Força Jovem Universal (FJU) Goiás, um pastor destaca os objetivos do grupo: “É um projeto que visa formar jovens disciplinados e altamente preparados para enfrentar os desafios diários de ganhar almas e fazer discípulos”.

“O gladiador não é formado, ele nasce gladiador. Ele não dá desculpa, assume a responsabilidade e completa a missão. O gladiador não vê o problema, vê a solução. O gladiador luta pelos seus objetivos, tudo que ele fala, poupa na eternidade”, destacou o pastor em seguida.

Depois de serem questionados quanto a seus objetivos, os rapazes respondem com firmeza: “Altar! Altar! Altar!”. Em seguida, o pastor conclui: "O projeto Gladiadores do Altar visa formar homens de verdade, que não desistem. A tua vontade tem que estar dentro da vontade de Deus". 

O vídeo foi retirado do ar nesta terça-feira (3).

Polêmica nas mídias sociais

O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) publicou a foto dos rapazes nas redes sociais e, como de costume, fez uma crítica com argumentos incoerentes, comparando o cristianismo com os atos de terror do islamismo.

“A foto é chocante (ao menos para mim)”, disse Wyllys. “O fundamentalismo cristão no Brasil tem ameaçado as liberdades individuais, a diversidade sexual e as manifestações culturais laicas. Agora ele está formando uma milícia que, por enquanto, atende pelo nome de ‘gladiadores do altar’. Quando atentaremos de verdade para o monstro que emerge da lagoa? Quando começarem a executar os ‘infiéis’ e ateus e empurrar os homossexuais de torres altas como vem fazendo o fundamentalismo islâmico no Oriente Médio? Não é porque tem a palavra ‘cristão’ na expressão que o fundamentalismo cristão deixa de ser perigoso e não fará o que já faz o fundamentalismo islâmico.”

“Não há motivos para o alarde”, disse um internauta em resposta à publicação de Wyllys. “Este tipo de estratégia visa agregar jovens como escoteiros, apenas oferecendo um estrutura de disciplina militar e moral e visão espiritual para embates no campo das subjetividades e da fé.”

O internauta esclareceu que os inimigos desta milícia de rapazes cristãos são muito diferentes do que o deputado aponta. “O inimigos são: diabo (algo imaterial), pecado (visão de comportamentos adotados). Não se trata de enfrentar pessoas. O que eles querem? Servir no altar, ou seja, serem pastores e missionários.”

 

 

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