Avivalista Albert Kankienza fala sobre onda de avivamento na África: "A oração é a chave"

Os pequenos grupos foram as peças principais para o avivamento no Congo. Neles as pessoas oravam por longas horas, aconteciam grandes milagres, testemunhos, conversões de bruxos e mágicos, segundo relatos do bispo Albert Kankienza.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: sexta-feira, 2 de outubro de 2015 às 21:17

 


Avivalista Albert Kankienza fala sobre onda de avivamento na África. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)

 

A República do Congo, na África, foi palco de um dos avivamentos mais marcantes na história da Igreja.
 
Na década de 1960, a Assembléia de Deus se expandiu e iniciou o processo de avivamento na nação. Em 1969, o evangelista americano Tommy Lee Osborn liderou o primeiro movimento de cruzadas evangelísticas no país. Depois disso, nasceu a denominação pentecostal Deus é Bom, que fez uma grande marco nesse processo.
 
Mas foi no final da década de 1970 que o Congo viveu o ápice do avivamento, segundo relatou o bispo Albert Kankienza com exclusividade ao Guiame. Nesse período, surgiram pequenos grupos formados por pessoas que deixaram as igrejas tradicionais e passaram a se reunir com o único objetivo de orar — sem pastores, dízimos ou ofertas.
 
Os pequenos grupos foram as peças principais para o avivamento no Congo. Neles as pessoas oravam por longas horas, aconteciam grandes milagres, testemunhos, conversões de bruxos e mágicos. Ao mesmo tempo, a igreja passou a ser perseguida pelas denominações tradicionais, que até mesmo denunciaram o movimento às autoridades do país. Igrejas foram fechadas, pessoas foram torturadas e mortas.
 
Reconhecimento
 
Kankienza relata que a igreja era tida como clandestina e marginalizada. Mas, com a eleição do novo presidente em 2001, Denis Sassou Nguesso, o bispo reivindicou mudanças. Então os líderes das igrejas se uniram para criar uma plataforma, e a igreja foi oficialmente reconhecida pelo Estado em 2003.
 
"Assim nos tornamos uma igreja no mesmo patamar que as outras. Hoje, nas grandes cerimônias políticas, tem o cardeal católico, o monsenhor protestante, o grande homem do islamismo e eu que além de general, também represento as igrejas", relata Kankienza.
 
Desde então, o bispo conta que as relações entre o governo e a igreja se estreitaram. A igreja ganhou algumas vantagens e se tornou mais atuante — um exemplo disso foi a criação de escolas primárias e secundárias reconhecidas pelo governo.
 

O intérprete de Albert Kankienza ao lado dos pastores Marcos Corrêa, o bispo e Édino Melo. (Foto: Guiame/ Marcos Paulo Corrêa)
 
Conselheiro Cristão
 
Kankienza não conhecia o presidente, e Nguesso não conhecia o bispo. Um dia o telefone do evangelista tocou enquanto ele estava pregando. Sua secretária anotou o recado e entregou ao bispo ao final do culto. O presidente o havia procurado. Depois de retornar a ligação, Kankienza chegou até ele e foi nomeado seu conselheiro.
 
"Depois de ser nomeado, descobri que foi um amigo pastor que indicou meu nome ao presidente. Fui nomeado duas vezes, e ainda fui deputado durante três anos de mandato no país", relata o bispo.
 
Para Kankienza, há um grande impacto na nação quando um presidente decide consultar um homem de Deus — mas essa não é uma ação completa. "Quando o presidente quer tomar decisões, ele escuta a minha opinião e meus avisos, mas ele pode tomar as decisões dele", afirma.
 
"É uma boa coisa se um presidente aceita orar com um homem de Deus. Quando nos encontramos, ele diz para mim: 'Podemos orar?'. Quando começamos a conversar sem orar, ele diz: 'Agora que nós terminamos, podemos orar?'", conta.
 
O Avivamento
 
Os grupos de orações do Congo passavam madrugadas inteiras em oração. Kakzienza afirma que foram as horas em clamor que abriram os céus para o avivamento. "Deus respondeu esses grupos de oração com o avivamento. Foi um vento novo, foram bruxos se convertendo, feiticeiros jogando seus feitiços fora, bandidos se convertendo, prostitutas se convertendo, foi uma coisa grande e espantosa", relata.
 
"Quanto mais oramos, mais as coisas acontecem. O coreano David Yonggi Cho, da maior igreja do mundo, disse: 'A oração é a chave do avivamento'", continuou o bispo.
 
E não pára por aí. "A igreja têm que se colocar em oração, ler bastante a palavra de Deus. O pastor tem que procurar ser uma bênção de Deus, sempre se colocar de joelhos, procurar a face de Deus. Quando o pastor é avivado, ele também vai avivar o povo. Mas se o povo procura a Deus e o pastor não procura, não tem avivamento. Tudo começa pelo pastor", explica Kankienza.
 
Muitos podem até pensar que avivamento é sinônimo de milagres manifestados em massa; mas Kankienza explica que a transformação é mais profunda. "As pessoas deixam o mundo. As pessoas abandonam o pecado. Elas ganham um amor louco por Deus. Elas devoram a palavra de Deus, elas amam a igreja, elas amam as coisas de Deus."
 
"O maior milagre é a conversão de alguém. Quando alguém não é convertido, mesmo que ele tenha o milagre, ele pode voltar à sua vida normal. Mas o maior milagre é aceitar Jesus e ter uma mudança de coração. É aceitar Jesus e se separar do mal, se satisfazer com a Palavra, se santificar. O resto vai vir depois", finaliza.

Assista a entrevista completa:
 

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