Sexualidade: Olhando para dentro para proteger os filhos

Os pais devem, antes de tudo, observar o próprio comportamento para verificar se não estão negligenciando necessidades vitais das crianças e adolescentes

Fonte: Revista O ClarimAtualizado: sexta-feira, 26 de setembro de 2014 às 16:46
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famíliaLonge vai o tempo em que os pais ficavam desconcertados diante dos filhos ao serem interrogados sobre de onde vêm os bebês. Falar sobre sexo nunca foi fácil para os pais; em tempos pós-modernos, está ainda mais difícil. Além dos movimentos para garantia dos direitos dos homossexuais, também tem sido feita uma propaganda da homossexualidade voltada para todas as pessoas, desde a mais tenra idade, através de filmes, livros, novelas e até brinquedos.

Veja o exemplo da primeira boneca lésbica chamada Bobbie, que gosta de garotas. Segundo a sua criadora, a nova-iorquina Stephanie Prod, o namorado da Barbie, o surfista Blaine, não vai tratá-la bem, mas a Bobbie vai porque sabe o que as mulheres querem (Portal Terra). Outro aspecto importante é que a pretensa igualdade no tratamento é falsa, pois há um grande alarde quando uma pessoa conhecida na mídia se declara homossexual, mas quando alguém declara que deixou o homossexualismo, como foi o caso da atriz Claudia Jimenez, não se dá a menor importância, além da atitude da atriz ter sido rotulada de homofóbica pelo movimento LGBT (novaguia.org).

Em um cenário como esse, não é fácil tratar deste assunto, mas a Palavra de Deus nos socorre neste momento. Em Romanos 12:1 lemos: “Não se amoldem ao padrão deste mundo”. Está bem claro que há um novo padrão de sexualidade sendo estabelecido, querendo influenciar até mesmo pessoas maduras e casadas, mas não podemos nos deixar moldar, nem deixar que moldem nossos filhos.

Ouvir e ser ouvido

Mas como fazer isso? Isolar nossos filhos? Impossível! Por isso é preciso quebrar o silêncio que envolve a sexualidade e conversar desde cedo para que os filhos tenham oportunidade de formar opinião a partir do ambiente familiar. Conversar em casa sobre todos os assuntos, ouvir e ser ouvido, faz a criança e o adolescente sentirem-se relevantes. Isso os ajudará a se defenderem da pressão que o mundo exerce sobre eles. Alem disso, é preciso criar em casa

um ambiente de paz, amor, entendimento, oração, estudo bíblico, principalmente no que se refere aos valores do reino de Deus, pois como disse Mildred Morningstar, no livro Ensinando Crianças com Êxito: “Neste mundo de mudanças precisamos de algo em que possamos nos agarrar, algo que seja seguro e firme, algo que nunca mude. O que poderia ser melhor que a palavra infalível de Deus?”

Nós, pais, precisamos ser mais corajosos e, sobretudo, obedientes a Deus. No livro de Deuteronômio 6:5-6, lemos: “Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar”. Em Provérbios 22:6: “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos, não se desviará deles”. Nessas duas passagens bíblicas, lemos que a instrução é atribuição dos pais e que, antes de ensinar, os pais precisam desenvolver um relacionamento com Deus a ponto de amá-lo intensamente e, então, transmitir diariamente aos filhos os ensinamentos divinos.

Mas o que tem acontecido? A grande maioria dos pais terceirizou a educação de seus filhos, é inconstante diante de Deus e mal consegue reunir a família para uma oração. Enquanto isso, o mundo dá total atenção às famílias, trabalha noite e dia para desconstruir valores, impor novos padrões de comportamento, ou seja, a estratégia que Deus deu aos pais para educar os filhos tem sido usada pelo Maligno, pois, enquanto na melhor das hipóteses a maioria dos filhos tem um contato semanal com Deus na igreja, durante a semana toda eles são bombardeados por todo tipo de estímulo e informação da mídia.

Entretidos com a TV

Por outro lado, os pais fazem parte de outra geração, que tem pouca ou nenhuma intimidade com os aparatos tecnológicos da modernidade. Eles sentem-se confortáveis, pois vivem sem tempo, então, enquanto trabalham ou estão arrebentados de cansaço, seus filhos estão dentro de casa, quietinhos, entretidos com a TV, jogos, filmes, internet, assistindo e acessando conteúdos impróprios para a idade, ou até mesmo conteúdos considerados próprios, mas questionáveis, como o filme “Frozen” da Disney, que traz um forte conteúdo pró-gay e o casamento homossexual. Sobre esse filme, uma colunista do portal da CNN, Sally Kohn, escreveu que: “Frozen é fantástico, mas está na hora de vermos um filme infantil onde ‘a princesa se case com a princesa’” e terminou com uma pergunta: “A Disney está pronta para uma princesa gay?” (novaguia.org). É isso que tem entretido as crianças e adolescentes, lembrando que um dos significados da palavra entreter é “distrair para desviar a atenção”.

Em meio a tudo isso, precisamos ser corajosos, assim como foi Joquebede, mãe de Moisés. Devido ao decreto de Faraó (Êx 1:21), todos os meninos hebreus deveriam ser mortos ao nascer, a fim de enfraquecer o povo de Deus. Joquebede escondeu seu filho até o quarto mês, mas como um dia ele seria descoberto, fez um cesto de vime, impermeabilizou-o, colocou o bebê dentro e soltou no rio (Êx 2:3). Com certeza, antes de fazer isso, ela orou muito para que tudo desse certo. O bebê foi encontrado pela filha de Faraó, que se compadeceu e o entregou a uma ama, justamente a própria mãe do menino, para que pudesse amamentá-lo e educá-lo. Antes de ser educado segundo a cultura egípcia, Moisés recebeu ensinamentos corretos de sua família. Nós também não podemos ficar com nossos filhos trancados dentro de casa a vida toda e sem acesso a toda tecnologia de que tanto gostam, mas podemos orar por eles e com eles, dedicar-nos em ler a Bíblia juntos e contar a eles toda a pretensão do inimigo. Participar da vida deles, estarmos atentos ao comportamento, às mudanças de humor, conversar abertamente sobre os assuntos da atualidade, sobre o conteúdo dos entretenimentos, em outras palavras, precisamos “vacinar” nossos filhos a fim de que não sejam moldados pelo mundo, ao contrário disso, que sejam uma ótima referência nele.

É inegável que a mídia exerce muita influência no campo da sexualidade, porém a experiência clínica e pastoral tem demonstrado que muitas pessoas que se declararam homossexuais cresceram em famílias desajustadas, negligentes, nas quais suas necessidades básicas de amor e proteção não foram atendidas. Então, além de olhar para fora, é preciso também olhar para dentro, avaliar a família, como tem sido o relacionamento dos pais entre si e com os filhos, se há respeito, cuidado e educação adequados, tudo isso também é muito importante. É bem possível que alguém que esteja lendo este artigo esteja passando pela situação de ter um filho ou uma filha com tendência homossexual, para essa pessoa meu conselho é: não se desespere, não exclua seu filho da sua vida e não se acomode. Pela misericórdia de Deus, sempre é tempo de recomeçar, de assumir os próprios erros (se for o caso) e pedir perdão. Já vivi situações emocionantes em aconselhamentos, nos quais os pais pediram perdão aos filhos ao perceberem onde erraram e isso ajudou muito na resolução de conflitos. Devemos crer na Palavra de Deus, que é viva e eficaz (Hb 4:12) para levar qualquer pessoa, independente da idade ou orientação sexual, a ter um encontro genuíno com Jesus e ter sua vida transformada em todas as áreas.


- Missionária Vilma Lupe R. de Oliveira é psicóloga e responsável pela IAP em Capão Redondo (São Paulo, SP).
Fonte: Revista O Clarim

Referências
Ensinando crianças com êxito. 3 ed. São Paulo: APEC, 2004, p. 57.
BORGES, Altamiro. A ditadura da mídia. São Paulo: Anita Garibaldi, 2009.
Sexualidade, uma bênção a ser valorizada. São Bernardo do Campo: Cristã Evangélica, 2010.

 

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