Cristianismo – o que você sente ao ouvir essa palavra?

O número de crentes não convertidos é assustador, gente que não sabe exatamente porquê faz o que faz, pessoas que estão ali ouvindo regularmente a proclamação do evangelho e não reagem, não mergulham, ficam apenas na superfície, portanto precisam ser desafiadas por convites claros e sem rodeios.

Fonte: Guiame, Edmilson MendesAtualizado: quinta-feira, 3 de março de 2016 às 20:05

Observando comportamentos, me relacionando com centenas de pessoas absolutamente diferentes, com jeitos, manias, sotaques e regionalismos bem pessoais, admito, é difícil verificar uma resposta padrão. É preciso bondade e respeito para com as muitas respostas e seus pontos de vista.

A variedade infindável de liturgias, rituais, estilos de música, formas de se pedir dinheiro, culturas que viram doutrina, doutrinas que viram cultura, escândalos que se assemelham assustadoramente com os podres de Brasília, enfim, toda essa salada gospel só contribui para deixar a resposta mais complexa e difícil, onde temperos babilônicos tendem a deturpar o sabor do cristianismo na sua essência e simplicidade.

Por costume, os chamados “apelos” a conversão, só são feitos quando se sabe existir a presença de um não cristão no espaço de culto. Enxergo um grande equívoco nessa prática. John Stot tem um pensamento claro a respeito: “Se não houve proclamação não é necessário fazer o convite, mas havendo proclamação é um dever fazer o convite.” E é exatamente assim que penso. O número de crentes não convertidos é assustador, gente que não sabe exatamente porquê faz o que faz, pessoas que estão ali ouvindo regularmente a proclamação do evangelho e não reagem, não mergulham, ficam apenas na superfície, portanto precisam ser desafiadas por convites claros e sem rodeios.

O vazio e o tédio marcam nossa geração. Agendas lotadas por muitas festas, baladas, encontros, viagens, reuniões, porém vazias de vida. Agendas técnicas e só. Compromissos com foco no ter, conquistar, afirmar. Tudo para se chegar no topo de cada fase e descobrir o tédio do nada, pois no fim das corridas materialistas é só o que tem, tédio cercado por grandes vazios de alma.

É o namoro sem amor, a família sem projeto, a amizade sem confiança, o negócio sem escrúpulo, o querer sem meta, o sonho sem foco, a crença sem obediência, enfim, aviões em pleno ar e... nenhum piloto a comandar. São as vidas vividas por gente que quer favores de Deus e se negam a qualquer relacionamento um pouco mais sério com este mesmo Deus.

Em uma pesquisa feita entre universitários, uma das questões fazia o seguinte pedido: “Escreva a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando você ouve a palavra cristianismo.”, a maioria das resposta foi assim: “Pessoas que não praticam o que pregam.”

Fico envergonhado. A resposta dada pelos universitários fala de cada cristão, ou pelo menos de uma boa parte. É duro ouvir isso. Mais duro ainda é saber que é verdade, muitos cristãos não praticam o que pregam.

O que você sente ao ouvir a palavra cristianismo? Qualquer resposta que eu escrever sobre o que penso, será a minha resposta. No caso deste texto, porém, a resposta que interessa é a sua. Responda a provocação destes palavras. Ao responder, pratique. Ao praticar, pelo menos para os que te cercam, mude o resultado da pesquisa feita com aqueles universitários.

Paz!

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